old book smell

domingo, 29 de novembro de 2009

Dança...




Verdadeiramente a conversa só começou lá por volta de meia-noite, depois de bebermos umas doses de whisky. O mestrado, o casamento, a carreira, a anti-ética, boatos do pai de um ex-aluno, (boatos exprimindo mais os nossos desejos do que as realidades)alguns livros. O restaurante caro estava cheio, mas parecia não haver ninguém ao nosso redor.
-Foi a única coisa grandiosa da minha vida. Não porque me sentisse apaixonada, ele também não se apaixonara por mim. ( Descobrimos depois que era o amor que estava nos fazendo companhia há um certo tempo, talvez uns pares de horas já). Mas era bom, aquilo poderia ter prosegguido por muito tempo. E foi somente por dever que renunciamos. Por medo também.Bonito, heróico, hein?Ainda hoje me parece espantoso, um indivíduo como eu! mas é verdade! E o mais incrível é que nenhum de nós se sentia em pecado, compreendes? Eu ria ao ouvir a palavra pecado de um quase ex-futuro padre.
-Cansaram-se um do outro?
-Não, pelo contrário. E ficaram muitas coisas incompletas. Por exemplo, só ontem me lembrei que nunca cheguei lhe beijar os joelhos...

Também lembrei que a primeira vez que tive a certeza que o amara foi quando dançamos.
Aquela dança ao som de Chico Buarque... ou seria outro???


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